O futuro do trabalho não é mais uma ideia distante
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O futuro do trabalho não é mais uma ideia distante — ele já está impactando as vidas de milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo o Relatório Future of Jobs, espera-se que 23% dos empregos mudem significativamente nos próximos cinco anos. Essa transformação é impulsionada por três grandes forças: 1) a tecnologia; 2) a transição verde e 3) as crises globais, como pandemias e tensões geopolíticas.
A tecnologia continua a moldar o mercado de trabalho de maneiras sem precedentes. Conforme destacado pela Harvard Business Review, a adoção de tecnologias avançadas, como inteligência artificial (IA) e automação, está redefinindo os requisitos de habilidades em quase todos os setores.
Segundo o Global Skills Report 2025, a IA está posicionada para ser adotada por quase 75% das empresas pesquisadas, gerando impactos significativos. Estima-se que enquanto 50% das organizações esperam que a IA crie novos empregos, cerca de 25% preveem perda de funções devido à automação.
Tecnologia como principal força transformadora
A automação e a inteligência artificial estão entre os principais motores das mudanças no mercado de trabalho. Empresas em todo o mundo estão adotando tecnologias que tornam processos mais eficientes, mas também substituem funções humanas repetitivas. Funções como operadores de máquinas, atendentes de caixa e trabalhadores administrativos estão sendo substituídas por sistemas automatizados e robôs, enquanto novas oportunidades surgem em áreas como tecnologia da informação, cibersegurança e desenvolvimento de IA.
Não é de hoje que muitas funções vêm sendo substituídas por máquinas, robôs e inteligência artificial. Vejamos alguns exemplos:
Advocacia: Na área da advocacia, ferramentas de inteligência artificial estão sendo amplamente utilizadas para automatizar tarefas como pesquisa jurídica, revisão de contratos e análise de precedentes. Isso tem reduzido a necessidade de horas humanas em processos repetitivos, mas também criou uma demanda por advogados que compreendam essas tecnologias e saibam aplicá-las estrategicamente para oferecer soluções mais eficientes a seus clientes;
Grandes redes de lanchonetes: Grandes redes de lanchonetes, como McDonald's e Burger King, estão adotando terminais de autoatendimento que substituem parcialmente a função de atendentes. Além disso, cozinhas automatizadas e sistemas de logística digital estão otimizando a produção. No entanto, essas inovações abriram espaço para novas funções, como técnicos de manutenção, analistas de sistemas e gestores de automação, que garantem o funcionamento contínuo desses processos;
Agricultura: Máquinas autônomas já realizam colheitas, monitoram plantações com drones e substituem a mão de obra tradicional, exigindo, por outro lado, especialistas em manutenção de equipamentos e análise de dados agrícolas;
Indústria automobilística: Linhas de produção robotizadas substituem operadores em tarefas repetitivas, enquanto novos empregos surgem para programadores de robôs e técnicos em automação industrial;
E-commerce: Algoritmos de inteligência artificial personalizam recomendações de produtos, enquanto sistemas logísticos automatizados, como centros de distribuição robotizados e veículos autônomos, tornam as entregas mais eficientes. Esses avanços criam demandas por analistas de dados, engenheiros de robótica e especialistas em logística digital.
Aliás, falando em tecnologia no e-commerce, vejam o exemplo da Amazon, que automatizou e colocou robôs em seus galpões. A empresa utiliza sistemas avançados de robótica e inteligência artificial para otimizar a logística, desde a separação e organização de produtos até o despacho de pedidos. Esses robôs trabalham em conjunto com softwares de previsão de demanda, reduzindo significativamente o tempo necessário para atender os clientes em escala global.
Além disso, a Amazon está explorando o uso de drones para entregas rápidas e sustentáveis em áreas urbanas e veículos autônomos para transporte de cargas. Essas inovações não apenas redefinem o conceito de logística, mas também criam novas demandas por engenheiros de automação, analistas de dados logísticos e especialistas em desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial.
Para concluir os exemplos, alguém imaginaria poder comprar um produto em uma loja da China pelo celular e ver o produto entregue na porta da sua casa em poucos dias? Essa realidade reflete a dinâmica do trabalho do futuro, que combina globalização, avanços tecnológicos e eficiência logística. Modelos como o dropshipping e plataformas de e-commerce internacional, como AliExpress e Shopee, dependem de uma integração tecnológica robusta, envolvendo inteligência artificial, automação de processos e análise de dados para prever demandas e otimizar entregas.
Além disso, essas operações criam novas oportunidades de trabalho, como desenvolvedores de sistemas, especialistas em logística internacional e analistas de comportamento do consumidor, que ajudam a aprimorar as experiências de compra e a expandir o alcance global das empresas.
Enfim, são inúmeros exemplos. Apesar da substituição de pessoas por máquinas, robôs e inteligência artificial, muitos empregos também foram criados em outras áreas. Profissionais que desenvolvem tecnologias, projetam soluções automatizadas e gerenciam a integração desses sistemas estão em alta demanda.
Adaptação e reskilling, ou seja, a capacitação em novas habilidades, são cada vez mais essenciais neste cenário de mudanças rápidas. Profissionais que investem em seu desenvolvimento não apenas garantem sua relevância no mercado, mas também assumem posições de destaque na vanguarda dessa nova era do trabalho. Veremos nos próximos capítulos como essas transformações podem ser enfrentadas de forma prática e estratégica.
Ao mesmo tempo, essa revolução tecnológica exige uma ampla gama de novos profissionais. Desenvolvedores de tecnologias avançadas, especialistas que integram e mantêm sistemas, e analistas de dados são cada vez mais demandados. Áreas como agricultura e logística agora necessitam de operadores especializados, técnicos em manutenção e supervisores capazes de gerenciar processos automatizados, evidenciando a necessidade de adaptação contínua para aproveitar as oportunidades emergentes.
Além disso, nas próprias áreas de transformação, como, por exemplo, na agricultura, há necessidade de pessoas para operar as novas máquinas, dar manutenção, acompanhar a produção etc. Veja que a transformação também deve ser no aperfeiçoamento de habilidade para se preparar para as mudanças.
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