Opinião: O novo analfabeto do mercado de trabalho - quem não aprende a aprender!
4/20/20252 min read


No passado, o analfabeto era quem não sabia ler ou escrever. No presente, o analfabeto funcional é aquele que até decifra palavras, mas não compreende ou interpreta o que lê. Mas no futuro — e esse futuro já começou — o novo analfabeto será quem não souber aprender constantemente.
O termo pode parecer duro, mas foi o futurista Alvin Toffler quem cravou essa ideia décadas atrás: “Os analfabetos do século XXI não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não sabem aprender, desaprender e reaprender.” Em um mundo onde tecnologias mudam a cada seis meses, quem para de evoluir, fica para trás.
O conceito de lifelong learning — ou aprendizado ao longo da vida — já não é mais uma vantagem competitiva. É uma exigência básica para continuar no jogo. E a pergunta que paira sobre cada profissional é: você está se preparando para o que vem depois?
A automação e a inteligência artificial estão substituindo tarefas repetitivas em todos os setores da economia. De caixas de supermercado a analistas de dados, de assistentes jurídicos a engenheiros, todos os campos estão sendo remodelados. E a única defesa eficaz contra a obsolescência profissional é a capacidade de aprender rápido e com autonomia.
Segundo o Relatório do Fórum Econômico Mundial de 2025, cerca de 50% de todos os trabalhadores precisarão de requalificação em até 5 anos. E mais: as empresas estão contratando com base em “potencial de aprendizado”, e não mais apenas na experiência anterior. A adaptabilidade se tornou a nova moeda de valor.


Mas aprender a aprender é mais do que fazer cursos. É cultivar uma mentalidade de crescimento, como define Carol Dweck, professora da Universidade Stanford. Significa enxergar falhas como oportunidades, buscar feedback, sentir-se confortável fora da zona de conforto e ter fome de evolução constante.
Isso exige disciplina e humildade. Afinal, para aprender algo novo, é preciso aceitar que você ainda não sabe. E para muitos profissionais que passaram anos se apoiando em suas zonas de conforto e títulos acadêmicos, isso pode ser um desafio emocional.
A boa notícia é que essa habilidade é treinável. Você pode começar com pequenos hábitos: ler 10 páginas por dia, escutar podcasts educativos, praticar algo novo a cada semana, pedir feedbacks sinceros e se expor a ambientes que desafiem suas crenças. Aos poucos, o cérebro se acostuma a buscar o novo — e o aprendizado deixa de ser um esforço para se tornar um estilo de vida.
Empresas como IBM, Microsoft, Google e Nubank já criaram programas internos para fomentar o aprendizado contínuo. E mais: estão contratando cada vez mais profissionais autodidatas, com capacidade de se reinventar.
No final das contas, a questão não é se você está aprendendo agora. A questão é: você criou um sistema para continuar aprendendo para sempre?
O futuro do trabalho não pertence a quem sabe muito. Pertence a quem continua aprendendo todos os dias.
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